sexta-feira, 22 de março de 2013

Resultado da terceira e quarta weiss e da primeira witbier

O segredo de uma boa cerveja é o controle da temperatura de fermentação.

Todos dizem isso, mas só quando você observa (e comprova) os resultados de uma cerveja sem controle é que isso fica absurdamente claro.

Como as duas primeiras cervejas que fiz tinham sido fermentadas em temperatura ambiente, no frio de 10 a 16 graus, o único prejuízo percebido na cerveja foi talvez a falta do aroma de banana característico do estilo.

Acontece que no meio do mês de agosto passado houve um surto de calor no estado e a terceira weiss e a witbier fermentaram a 32-34 graus. Por sorte a outra weiss fermentou em torno de 20-24 graus e não teve os mesmos problemas das outras duas.

Weiss, witbier, Weiss (BalAle)
A terceira weiss

As primeiras degustações da terceira weiss foram promissoras. O sabor e o aroma pareciam interessantes, no entanto logo foi possível perceber um grande problema da fermentação em altas temperaturas: a formação de álcoois superiores.

E qual o problema do álcool superior? Bem, digamos que ao tomar uma garrafa de 600ml da weiss, que ficou com 6% ABV aproximadamente, eu já me sentia tonto o suficiente para querer sentar ou até mesmo tirar uma soneca. ;-)

Além disso, ao longo do tempo essa weiss foi ficando cada vez mais com um aroma de iodo. Sinceramente, até agora não sei se isso ocorreu pelo uso excessivo de iodofor (diluição inadequada talvez) na sanitização, se foi algum off flavor causado pela alta temperatura de fermentação ou até mesmo algum tipo de contaminação.

Enfim, acabamos por beber todas garrafas ao longo do tempo, mas confesso que essa cerveja não ficou boa.

A witbier

Para começar a witbier não ficou tão wit (branca) assim. 

Devido ao problema do recipiente pequeno explanado no post anterior, os aromas de coentro e casca de laranja ficaram sutis demais. Além disso a carbonatação desta cerveja ficou de alguma forma prejudicada, pois mesmo após um mês do envase a quantidade de gás era muito baixa. Para finalizar ainda tinha também a questão do álcool superior, mas no final acabamos acostumando com isso. ;-)

No final esta foi a melhor das três cervejas de agosto. O aroma era gostoso e o sabor estava interessante, com um dulçor residual equilibrado com o amargor do lúpulo. 

Ficou longe de uma Hoegaarden, mas foi uma boa cerveja.

A BalAle

Para a BalAle tivemos uma dedicação maior e criamos inclusive um rótulo para homenagear meu sogro. Para a criação do mesmo utilizamos uma caricatura dele e o resultado final foi bem legal.


A cerveja ficou com uma cor dourada muito bacana. O sabor ficou interessante, mas o amargor ficou muito acentuado (quem leu o post anterior vai lembrar que o lúpulo escorreu da panela - o que eu esqueci de contar é que eu coloquei mais lúpulo para compensar isso e acho que foi demais).

A presença de álcoois superiores foi mais baixa se comparada com as outras duas cervejas mas ainda assim era possível percebê-lo dependendo da quantidade de cerveja consumida. Uma cerveja amarga que poderia até lembrar uma IPA (só pelo amargor, é claro).

Resumo da história

Depois destas experiências ficou claro que seria necessário controlar a temperatura de fermentação, ainda mais com a chegada do verão.

E assim surgiu o assunto do próximo post: A geladeira.

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