domingo, 27 de maio de 2012

VII Encontro Aberto da Acerva Gaúcha

Sábado, 26 de maio de 2012. Poderia ser somente mais um sábado qualquer, mas não era este o caso: ontem era o dia do VII Encontro Aberto da Acerva Gaúcha.

Com 3000 litros de cerveja disponíveis (distribuídos em mais de 100 cervejas de aproximadamente 40 estilos diferentes) para serem degustados pelos 1200 participantes presentes durante as 5 horas do evento, o encontro aberto foi novamente um sucesso. 

Chegamos no local e logo que o acesso foi liberado adentramos a Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia em Porto Alegre. Logo na entrada já pude perceber que o espaço estava mais amplo, com uma melhor disposição dos cervejeiros. Outra mudança percebida foi a colocação de mesas no centro do salão onde estavam dispostas bombonas de água mineral para que os participantes pudessem limpar o paladar antes de servir uma nova cerveja. Uma novidade muito útil e bacana também foram dois lavadores que estavam colocados próximos ao palco para permitir a lavagem dos copos.

Sentamos numa mesa próxima as cervejas e logo já fomos descobrir tudo de bom que o evento tinha para oferecer. Foi quando percebi outra mudança importante: grande parte das cervejas estavam dispostas de forma que o próprio participante pudesse se servir. Achei isso fantástico.

Dei então uma parada na Caverna dos Ogros e me servi da Fiona, uma witbier com pimenta malagueta que achei fantástica.

Fiona - Witbier com pimenta
Fiquei sabendo logo depois que a Fiona foi enviada para participar do VII Concurso da Acerva e espero que a mesma ganhe, pois gostei da inovação. Depois da Fiona, foi a vez de experimentar a Esquadrilha da Fumaça, uma Rauchbier da Cerveja Avião, do Sylvio Marmora, que me agradou bastante também. 

Enquanto degustava outra cerveja adquiri no local o meu exemplar da Revista da Cerveja, publicação trimestral que estava sendo lançada no encontro. Com um bom mix de matérias que incluem, entre outras coisas, reportagens sobre bares, análises sensorias e receitas/harmonizações, a revista, que custa apenas R$ 10,00, é uma excelente pedida para quem gosta de cerveja e quer saber mais sobre o assunto.

Uma cerveja aqui, outra cerveja ali, e logo em seguida, para dar uma amenizada na fome antes da chegada do almoço, foram servidos pães com alho e salsichões, que ajudaram a minimizar os primeiros efeitos do álcool.

Algumas cervejas depois e chegou o almoço: o churrasco servido foi um momento de pausa e um descanso para o fígado, mas logo em seguida já estávamos novamente apreciando as cervejas disponíveis.

Num evento deste porte, com tantos estilos diferentes sendo saboreados, é realmente difícil fazer uma degustação apurada das cervejas, mas vou tentar dar uma breve opinião do que achei das cervejas que tomei e do que mais me marcou em cada uma delas, já que o álcool com o passar do tempo começa a atrapalhar as percepções. 

As cervejas que tomei, além das citadas anteriormente, foram (não necessariamente nesta ordem):
  • Dunkel Weizen (Caverna dos Ogros): excelente cerveja, com um aroma de banana bem pronunciado. Lembrou-me a Weizenbock da Eisenbahn. Gostei tanto que fui obrigado a repetir duas vezes.
  • Belgian Honey Blonde (Gárgula): boa cerveja, com um sabor levemente diferenciado. Segundo meu cunhado, que conversou com o pessoal da Gárgula, garrafas podem ser encontradas eventualmente no Zaffari, colocadas nas prateleiras pelos próprios cervejeiros. :-)
  • Kölsch (Baldhead): outra cerveja que chamou minha atenção e foi repetida. Diferente da Kölsch da Eisenbahn, que na minha opinião é uma cerveja sem muito a acrescentar, esta Kölsch é realmente muito gostosa e merece seu degustada sempre que possível.
  • Weiss (Sideral): uma weiss "honesta".
  • Blonde Ale (Anner): boa cerveja do estilo, achei encorpada e gostosa.
  • Green Cow (Seasons): Recomendo para quem gosta de uma cerveja do estilo IPA. Lembrou-me um pouco a Colorado Indica. Forte e com um bom aroma de lúpulo. Excelente.
  • Cirilo (Seasons): uma Coffee Stout também muito boa, que me lembrou a Colorado Demoiselle, mas com aroma e sabor não tão pronunciado. Excelente.
  • DAPA (Caverna dos Ogros): uma Double American Pale Ale lupulada e encorpada.
  • Blonde Ale (Lucas Matzembacher): refrescante e gostosa.
  • Guaranale (Marcelo Minghelli): uma Ale com Guaraná que não agradou meu paladar, mas vale a experiência.
  • Pilsen (Spok Bier): uma Pilsen refrescante e suave. Para quem curte o estilo é extremamente recomendada.
  • Extra Viva (Coruja): já tomei por diversas vezes a Coruja Viva, mas nunca havia provado a Extra Viva. Confesso que fiquei decepcionado, pois todos me diziam que esta era muito melhor, o que eu não achei. Mas vou degustá-la em outra ocasião para verificar se não foi o efeito do álcool que atrapalhou meu julgamento. :-)
  • Maria Degolada (Anner): sempre se fala muito dessa BelgianTripel, que é a bebida oficial do Bierkeller. A cerveja é tão procurada e tem tanta fama que formou filas gigantes que acabaram com os 30 litros em menos de meia hora (o mesmo já havia ocorrido no VI Encontro Aberto). Em todas as fotos que já tinha visto, sempre tive a impressão de que a Maria Degolada era uma cerveja âmbar, e, acabei recebendo uma cerveja de cor amarelada, com um sabor gostoso, mas nada que justificasse toda a fama envolvendo a mesma. Merece uma nova degustação em outra ocasião para validar a opinião que ficou.
  • Weiss (Lagom): uma das primeiras cervejas que provei, a Weiss do Lagom não me agradou, talvez por não ser como eu esperava. Quando você gosta de algo (e eu gosto de cerveja Weiss), as expectativas podem às vezes atrapalhar, o que pode ter sido o caso.
  • Oatmeal Stout (Caverna dos Ogros): forte, encorpada e com um ótimo amargor. Recomendo.
  • Santaclaus Imperial IPA2 (Thiago Santos):  essa IPA de 1200 IBUs foi realmente uma experiência inédita devido a seu forte amargor. Tomei alguns goles mas não consegui finalizar o copo. No final o forte e delicioso aroma do lúpulo que ficou no copo fez com que eu ficasse cheirando ele por alguns minutos. :-)
E, quando menos se esperava, cinco horas já haviam se passado e o evento estava chegando ao seu final, deixando um gostinho de quero mais, e um até outubro, quando deverá ser realizado o VIII Encontro Aberto.

Mas, enquanto outubro não chega, a pedida é degustar as cervejas artesanais locais nos bares, restaurantes e botecos da cidade. É só ficar de olho.

Lembranças do encontro

4 comentários:

  1. Ótimo comentário! Estive no evento também. Ótimas cervejas! Entre as que tu falaste gostei bastante da Cirilo e da Gárgula com mel.
    Abraços cervejeiros!

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  2. Que bom que gostou Marcelo. Também vou querer provar quando iniciar a produção. Grande Abraço

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  3. Difícil provar todos os estilos, Adorei a IPA de centeio do Luis Balbinot, da American Lager da Santaclaus e a Esquadrilha da Fumaça da Cerveja Avião.

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  4. Sylvio,

    o kit cervejeiro já está na mão.

    Se tudo der certo, no domingo sai a primeira weiss.

    Assim que eu produzir uma cerveja que seja bebível eu separo uma garrafa para ti. :-)

    []s

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